quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O NAZARENO AMANTE DOS POBRES

               Partindo da observância do contexto histórico da Palestina do século I, poderemos compreender melhor a razão pelo qual Jesus de Nazaré operara tantos milagres entre o povo como podemos perceber nos escritos dos Evangelhos, principalmente os sinópticos – Mateus, Marcos e Lucas.
            É importante destacar que o local onde Jesus iniciara seu ministério foi a Galileia, onde as pesquisas mostram que nesta área do norte da Palestina se concentravam os lugares mais pobres da região. Estamos tratando de um povo sem alguma esperança em uma vida menos árdua, menos desigual, menos injusta como a destas pessoas que habitavam as vilas, cidades e outras localidades da Galileia. Não é de se estranhar que Jesus de Nazaré tenha começado a operar seus primeiros milagres na região mais pobre de Israel, onde o povo estava desacreditado e sofrendo pela opressão do dominador romano e da pressão religiosa que os excluíam ainda mais. Jesus passa ser visto como a solução imediata para problemas de impotência humana, como as doenças físicas, as possessões e distúrbios corporais.
            Jesus queria de início proporcionar a liberdade mental (dos possessos), a liberdade física (aos deficientes) e a liberdade de vida (dos enfermos). Daí o Nazareno ser visto como aquele que desejava reestabelecer a dignidade das pessoas excluídas pelo poder político opressor e pela religião oficial excludente. Pessoas impuras, castigadas por seus pecados, indignas até de visitação, todas elas rotuladas pelos religiosos, era exatamente para quem Jesus doava seu tempo e sua compaixão, numa missão itinerante, de vila em vila, restituindo a dádiva da vida que estivessem em risco por qualquer motivo.
            A população mais pobre e mais marginalizada pelo Estado e pela Religião Oficial, era em sua maior parte agricultores, que via nas doenças e nos transtornos mentais um sinônimo de mais empobrecimento, incapacidade de manter-se e consequentemente fome e outras crises econômicas. A cura desses entraves para a vida do povo era não só necessária, mas sim altamente desejada e procurada por quem padecia. Daí o perigo constante de serem enganados por falsos milagreiros e curandeiros. A missão de Jesus se centrava em conceder liberdade efetiva a todos oprimidos e excluídos socialmente.
            O Reino de Deus que logo vem, também estava relacionado com a saúde física e mental das pessoas na crença de um Deus que vem em favor dos que sofrem. Num apelo a fé por suas curas entre o povo, Jesus ensinava-os a confiar em Deus e a aceitar a oferta de salvação, que aí incluía a salvação dos males que atingiam o corpo e a saúde, numa espécie de salvação completa. Seguir a esse Jesus entre os pobres implicava viver uma experiência individual que automaticamente geraria a necessidade de testemunhar da graça de Deus, contando aos que encontrasse a cerca da maravilhosa e miraculosa experiência com o Nazareno.

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